A revista Cuadernos de Ruedo Ibérico, nascida na Primavera parisiense de 1965 com o propósito de entrelaçar o exílio e a realidade interna por cima dos partidos políticos, chegou a agrupar boa parte das sensibilidades que durante um decénio primeiro formaram a oposição ao franquismo e, mais tarde, aos que optaram pela crítica ao modelo seguido pela transição democrática. Durante os catorze anos que abrangeram ambas as fases, desde o início até ao final (1965-1979), a revista chegou a publicar 66 números, alguns duplos ou triplos, assim como vários suplementos.
A pluralização de tendências que Cuadernos acolheu traduziu-se numa sucessão de linhas editoriais, entre as quais se destacam três. A primeira foi protagonizada pelos dissidentes do PCE e pelos membros da FLP, que imprimiram um cunho eminentemente marxista à revista. Depois de um hiato de doze meses em 1969, Cuadernos de Ruedo Ibérico voltou à rua. Durante quatro anos, o anti franquismo originário cedeu terreno a um anti-capitalismo de carácter internacionalista e a uma crítica das heterodoxias abordadas por ocasião dos movimentos de 68. Esta segunda etapa concluiu-se no início de 1973. A publicação prolongou-se até 1975, data em que recomeçou com uma marcada orientação libertária que o próprio José Martínez recuperava.
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